COSI Portugal

A obesidade infantil é um importante problema de saúde pública  e um dos eixos prioritários do Plano Nacional de Saúde – extensão a 2020 constatando e reforçando a importância de mecanismos de vigilância nutricional infantil, tornando-se por isso fundamental uma avaliação detalhada e compreensiva da magnitude deste problema de saúde sendo possível, assim, estimular uma adequada e mais ajustada resposta política.

Ao nível internacional um dos mais importantes planos de ação adotado por todos os ministros e delegados dos países da Região Europeia foi a Carta Europeia da Luta contra a obesidade assinada em 2006 na Conferência Inter ministerial da Organização Mundial da Saúde (OMS) e em 2013, a necessidade combater a obesidade infantil, foi mais uma vez reforçada na Declaração de Viena em Nutrição e Doenças não transmissíveis no contexto Saúde 2020 que por sua vez foi adotada na 63ª sessão do Comité Regional da OMS Europa. Como consequência a esta recomendação, em 2007 a OMS lançou uma iniciativa a pedido dos Estados-Membros da Região Europeia com a intenção de implementar um sistema de vigilância da obesidade infantil e, Portugal foi um dos 13 países que aderiram a esta iniciativa. O  COSI (Childhood Obesity Surveillance Initiative)/ World Health Organization Regional Office for Europe  constitui assim o primeiro  Sistema Europeu de Vigilância Nutricional Infantil.

O COSI Tem como principal objetivo criar uma rede sistemática de recolha, análise, interpretação e divulgação de informação descritiva sobre as características do estado nutricional infantil de crianças dos 6 aos 8 anos, que se traduz num sistema de vigilância que produz dados comparáveis entre países da Europa e que permite a monitorização da obesidade infantil a cada 2-3 anos.

A implementação de um sistema de vigilância simples, padronizado, harmonizado e sustentável constitui uma medida importante para corrigir a lacuna que existe na obtenção de informação sobre o estado nutricional e avaliação e monitorização da prevalência de obesidade em crianças, permitindo também identificar grupos em risco. Além disso, um bom sistema de monitorização que abranja faixas etárias semelhantes com métodos padronizados de vigilância e pesquisa é necessário.

Em Portugal o estudo denomina-se COSI Portugal e constitui por excelência o estudo que providência os dados de prevalência de baixo peso, excesso de peso e obesidade de crianças portuguesas dos 6 aos 8 anos.

O COSI – Portugal é coordenado cientificamente e conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e implementado a nível Regional pelas Administrações Regionais de Saúde (ARS) de Lisboa Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Centro e Norte e ainda com as Direções Regionais de Saúde (DRS) dos Açores e da Madeira, concretamente pelo Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM da Madeira.

O CEIDSS é o parceiro técnico e tem a seu cargo a formação dos examinadores, o apoio técnico e de equipamentos  ao projeto. É da sua responsabilidade, ainda, o processamento, gestão e validação de Bases de Dados articulando-se diretamente com as Instituições do Ministério da Saúde bem como com a equipa europeia da OMS.

A primeira fase de recolha de dados decorreu no ano letivo de 2007/2008, na qual participaram 13 países da Europa, designadamente: Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Malta, Noruega, Portugal, Eslovénia e Suécia. Nesta 1ª fase, a prevalência de excesso de peso infantil (incluindo obesidade) na região Europeia da OMS, de acordo com os critérios de avaliação de estado nutricional da OMS, variou de 19 a 49% nos rapazes e de 18% a 43% nas raparigas. Na 1ª ronda do COSI Portugal foram analisados dados de 3765 crianças dos 6 aos 8 anos de idade de 181 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico. De acordo com os critérios da OMS, 37,9% das crianças apresentaram excesso de peso e 15,3% eram obesos com maior prevalência em meninos face às meninas.

Na segunda fase do estudo COSI, que decorreu no ano letivo de 2009/2010, juntaram-se 4 novos países aos 13 participantes: Grécia, Hungria, Macedónia e Espanha. Segundo os mesmos critérios de avaliação a prevalência de excesso de peso infantil (incluindo obesidade), variou de 18% a 57% entre os meninos e de 18% para 50% entre as meninas; 6-31% dos meninos e 5-21 % das meninas eram obesos . Os países do sul da Europa apresentam uma maior prevalência de excesso de peso em crianças dos 6 aos 10 anos de idade. A maior diminuição significativa na prevalência de excesso de peso foi observada em Itália, Portugal e Eslovénia e o maior aumento significativo na Letónia e Noruega. Participaram 4064 crianças de 176 escolas primárias na segunda ronda do COSI-Portugal. A prevalência de excesso de peso infantil foi de 35,6%, enquanto que a prevalência de obesidade infantil foi de 14,6%, mais uma vez superior nos meninos.

A terceira ronda do COSI/ OMS Europa (2012/2013) contou com 21 países participantes, incluíndo quatro novos participantes: Albânia, Roménia, Moldávia e Turquia. Nesta ronda do COSI-Portugal 2013 foram avaliadas 5935 crianças de 6 (30%), 7 (44,6%) e 8 anos de idade (25,4 %) de 196 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico das 7 regiões portuguesas . De acordo com os critérios da OMS de avaliação de estado nutricional, a prevalência de excesso de peso e obesidade infantil tem vindo a diminuir ao longo dos últimos 5 anos. 31,6 % das crianças apresentaram excesso de peso e 13,9 % obesidade. Por outro lado, o baixo peso diminuiu entre 2008 (1,0%) e 2010 (0,8%), mas triplicou em 2013 (2,7 %). O COSI/ OMS Europa é o maior estudo europeu da OMS, no qual mais de 160 000 crianças participam. A 4ª ronda decorre nos anos 2015/2016, onde participarão 31 países, incluindo os que aderem agora pela primeira vez: Áustria, Croácia, Dinamarca, Estónia, Polónia e Cazaquistão.

A quarta ronda do COSI/OMS Europa (2015/2016), contou com 31 países, incluindo os que aderiram pela primeira vez: Áustria, Croácia, Dinamarca, Estónia, Polónia e Cazaquistão. Nesta ronda do COSI Portugal 2016, foram avaliadas 6745 crianças com 6 (27,1%), 7 (49,4%) e 8 (23,6%) anos de idade, de 230 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico das várias regiões portuguesas. De acordo com os critérios da OMS de avaliação do estado nutricional, a prevalência de obesidade infantil tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos, e tal é resultado de muitos fatores, nomeadamente o trabalho de educação alimentar levado a cabo pelos profissionais de saúde e educação. No entanto, o excesso de peso em Portugal continua elevado, sendo que 30,7% das crianças pertencentes ao estudo revelaram excesso de peso e 11,7% obesidade. Por outro lado, o baixo peso diminuiu entre 2008 (1,0%) e 2010 (0,8%), tendo aumentado em 2013 (2,7 %), e tendo diminuído outra vez em 2016 (0,9%). O COSI/ OMS Europa é o maior estudo europeu da OMS, no qual mais de 160 000 crianças participam.

Nesta ronda do COSI Portugal 2019, foram avaliadas 7210 crianças (48,9% raparigas e 51,1% rapazes) nas 228 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico participantes. De acordo com os critérios da OMS de avaliação do estado nutricional, a prevalência de obesidade infantil tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos, e tal é resultado de muitos fatores, nomeadamente o trabalho de educação alimentar levado a cabo pelos profissionais de saúde e educação. Entre 2008 e 2019, Portugal tem vindo a apresentar uma tendência invertida da prevalência de excesso de peso e obesidade infantil. Verificou-se, de 2008 para 2019, uma redução de 8,3% na prevalência de excesso de peso infantil (37,9% para 29,6%) e de obesidade infantil de 15,3% para 12,0% (menos 3,3%) em 2019.

A 6ª ronda COSI Portugal, realizada durante o ano letivo 2021/2022, avaliou 6205 crianças (50,0% raparigas) nas 226 escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico participantes. De acordo com os critérios da OMS de avaliação do estado nutricional, a prevalência de obesidade infantil tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos como resultado de muitos fatores, nomeadamente o trabalho de educação alimentar levado a cabo pelos profissionais de saúde e educação. No entanto, os resultados da 6ª ronda parecem contrariar esta tendência observada desde a primeira ronda (2008) até à ronda anterior (2019), tendo-se registado um aumento de 2,2 pontos percentuais (pp) na prevalência de excesso de peso infantil, de 2019 para 2022 (2019: 29,7% para 2022: 31,9%) e de +1,6 pp de obesidade infantil (2019: 11,9% para 2022:13,5%). Para além da monitorização da prevalência de excesso de peso e de obesidade infantil, a 6ª ronda do estudo COSI incluiu, excecionalmente, um estudo (COSI/COVID-19) de avaliação do impacto da pandemia por SARS-CoV-2/COVID-19 no estado nutricional e nos comportamentos associados ao estilo de vida de crianças em idade escolar.

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