E
m entrevista à edição de maio da Prevenir, João Breda, atual coordenador do Gabinete Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis da Organização Mundial de Saúde (OMS), também responsável pelo Programa de Nutrição, Atividade Física e Obesidade daquele organismo internacional, elogia a evolução da luta contra aquele que é um dos maiores flagelos das sociedades atuais em território nacional. “Portugal é um caso de sucesso na luta contra a obesidade infantil”, garante mesmo João Breda.
Abordou os resultados preliminares do Childhood Obesity Surveillance Innitiative (COSI) Portugal que se caracteriza pela sistemática recolha, análise, interpretação e divulgação de informação descritiva sobre as características do estado nutricional infantil de crianças dos 6 aos 8 anos. Permite a monitorização da obesidade infantil a cada 2-3 anos e produz dados comparáveis entre países da Europa.
“Existe uma redução confirmada de aproximadamente 10% do excesso de peso em crianças em idade escolar [entre os seis e os nove anos]”, sublinha. João Breda alerta, no entanto, para os desafios que ainda subsistem em todo o mundo, “devido aos baixos níveis de atividade física e a uma alimentação desadequada e demasiado rica em calorias”.
“A obesidade, sobretudo ao nível das crianças, continua a aumentar na grande maioria dos países e com uma grande incidência agora nas regiões mais a leste, o que também nos coloca enormes desafios. Felizmente, há sinais de melhoria nos casos de Portugal, Eslovénia, Espanha e Itália”, sublinha o coordenador do gabinete europeu da OMS que monitoriza a evolução do problema. “A situação de Portugal é semelhante [à da Europa]”, ressalva, todavia.